
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO
Introdução
Temos no ensino público, as principais ferramentas intitucionias contra a exclusão. Os novos paradigmas econômicos e sociais, são edificados pela informação e conhecimento, e a Escola, como ambiente que envolve estes, tornando-se instrumento para o ingresso no mercado de trabalho formal.
Deixando de ser supérfluo a economia de mercado, o acesso à informação passa a significar diferença entre a miséria e a prosperidade. Mas não é papel da escola, responder às demandas da sociedade excludente e sim, questionar as regras desse jogo. A internet e o computador são ferramentas que podem ser utilizadas para construir uma sociedade igualitária e a Escola pode utilizar-se de tais ferramentas para a alfabetização digital e também para informar e questionar.
Economia: do colonialismo ao neocolonialismo
Esse processo produtivo de constantes investimentos e necessidades de ampliação de mercados que explicam a conquista e mapeamento de todo o globo em pouco tempo de economia capitalista.
Com os mercados capitalistas totalmente ocupados, a forma para lidar com as crises de superprodução, foram a guerra e a recessão econômica, sendo a guerra o instrumento mais atraente para lidar com a economia de mercado. O aumento da capacidade tecnológica, aumenta também a capacidade de destruição, propiciando os efeitos da Segunda Guerra Mundia: abandono da economia capitalista e adesão da planificação estatal e coletivização das forças produtivas, onde um terço da da humanidade passa a não estar disponível ao mercado, pois para que exista novos mercados, é necessário que exista vida sobre a Terra. A Segunda Guerra Mundial, destruiu a Europa e derrubou potências como Inglaterra e França. A reconstrução da Europa e o acesso às antigas colônias européias foram responsáveis pelo crescimento após a guerra, vindo este crescimento a encerrar-se na década de 70 com a crise do petróleo. As décadas de 70 e 80 representaram tiveram várias crises econômicas nos mercados capitalistas, sendo a década de 80, conhecida como década perdida na América Latina.
Um terço da economia global era socialista e o restante dos mercados já se encontrava ocupado. O neoliberalismo e a globalização econômica surgiram para lidar com essas questões, tendo como ferramenta a tecnologia da informação, com o objetivo de recolonizar os países do terceiro mundo pela via econômica.
Capital Financeiro e Especulativo
Os Estados Nacionais passaram a intervir nos mercados, percebendo que a regulamentação dos capitais era fundamental para a sobrevivência da economia.
Neoliberalismo, globalização e recolonização
O Liberalismo foi reinventado para lidar com as crises econômicas, pregando a ausência total do Estado nos mercados. O Neoliberalismo foi uma justificativa para transferir os mercados do controle do Estado para a iniciativa privada, além de intervir na economia de outros países. As privatizações começam a ocorrer, principalmente nos países de terceiro mundo e a abertura das economias para capital é preconizada. Setores produtivos de países menos desenvolvidos desapareceram com a entrada de produtos importados.
A globalização é um mecanismo para abertura de economias fechadas e empresas estatais para as grandes potências.
O capital passa a fluir sem limites, amparado pelas redes de informação e o objetivo é baixar os custos produtivos e aumentar o lucro. Aumenta a competitividade entre os capitalistas e a informação se torna instrumento básico na busca pelo lucro e internet por exemplo, adquire novo valor econômico.
Sociedade da Informação
A sociedade da informação se apresenta como alternativa para o desenvolvimento econômico para as grandes potências. Os mercados globais, são reabertos pela via do neoliberalismo e da informação.
Segundo (CASTELLS, 1999, p.110), embora a economia informacional/global seja distinta da economia industrial, ela não se opõe à lógica desta última(...). Em outras palavras: à economia industrial, restava tornar-se informacional e global ou, então, sucumbir.
As redes de informação permitem o fluxo de capitais, possibilitam a elaboração de projetos e a partir delas são edificadas lojas virtuais. A aplicação intensiva de informação no processo produtivo, permite reduções de custos e aqueles empresas que não fizeram uso da tecnologia da informação correm o risco de perder mercado e até desaparecer.
A sociedade informacional significa deslocamento de poder, à medida que os instrumentos de geração de riquezas se utilizam intensivamente da informação.
Impactos Sociais: uma catástrofe anunciada
A informação é a principal ferramenta de poder de uma sociedade informacional. Quem não souber ou não aderir aos mecanismos da informação, terão papel econômico cada vez mais subalterno. O acúmulo científico e tecnológico pode se transformar numa possível catástrofe social, devido às mudanças econômicas. O aumento de profissionais que lidam com a informação, constitui uma elite informacional, já o crescimento das atividades com pouco uso de informação, gera um aumento nos empregos precários, pouco remunerados e sem quase nenhuma garantia social.
Nos países de primeiro mundo, o uso da tecnologia e informação é grande, como indústria de processadores de computador, telefonia e redes, enquanto que os países de terceiro mundo permanecem com os produtos agrícolas. Os países em desenvolvimento como Brasil, recebem parte da indústria em geral, as poluentes. O desemprego ou subemprego tornam-se constantes nas nações periféricas.
Notamos que a globalização significou até agora, a perpetuação da miséria e concentração de renda nas mãos de uma minoria, ficando cada vez mais difícil a inclusão social.
Globalização, trabalho e educação
Com as mudanças na economia, trabalho e sociedade, a instituição escolar passa a cumprir papel fundamental tanto para a economia capitalista quanto para as sociedades. Com o capitalismo informacional, ter acesso à Escola, à informação, mais do que à cultura e ascensão social, significa ter acesso ao mercado de trabalho. O uso das tecnologias da informação em diversos setores, torna necessário a alfabetização digital mínima do trabalhador, reservando à Escola, mais uma vez, o papel de formadora de mão-de-obra.
O Capital cria como justificativa para a exclusão social, a educação técnica como saída para os problemas de empregabilidade. A partir da Escola, é instituído pelo capital, o darwinismo social, com os melhores sendo recompensados pelo mercado e os piores se contentando com a miséria. As pessoas são obrigadas a acumular conhecimentos, sem ao menos saber o porquê. A Escola representa a possibilidade de construção de uma política que tenha os valores sociais como tema central. Não deve assumir o papel de capacitadora para o trabalho e sim, de elo de continuidade cultural, de transmissora e construtora de cultura, cabendo à Escola, questionar quando for necessário.
Caso a Escola se coloque nesse espaço de contradições, o computador poderá ser apropriado e colocado a serviço do coletivo, e não como uma ferramenta para o desemprego. A Escola terá o desafio de se utilizar dos recursos informacionais para inclusão social e questionamentos, mas não significa que os benefícios da tecnologia da informaç devem ser negados, mas sim que devem ser usados sobre outra perspectiva.
O uso do computador em rede, possibilitou o trabalho com um imenso volume de informações, significando grande avanço em relação ao ensino e aprendizagem e a Escola pode fazer das tecnologias digitais, instrumentos para transformar as relações de ensino e aprendizagem, pautando tanto suas concepções para o trabalho, quanto a forma que o computador entra na própria escola.
Informação a serviço da Educação, e não o contrário
Computador: a serviço de quem?
O grande volume de serviços e informações disponíveis na Internet, transformam o computador num centro de atendimento e mesmo que parte da população não tenha instrumentalização para acesso ao computador, vários benefícios poderiam ser ofertados de imediato e deixar que se construa mais um fosso, agora informacional, só tornará a possibilidade de integração e inclusão cada vez mais difícil.
Conclusão
As novas tecnologias da informação devem ser utilizadas para a construção de conhecimento, cidadania, de projetos políticos-pedagógicos em que a inclusão não seja apenas uma saudação à bandeira, pouco modificando a cultura prática escolar, combatendo a mitificação do computador. Ao invés das distâncias diminuírem, elas aumentaram, além do letramento, existe agora a tecnologia. Mas temos a Escola, como representante da inclusão, onde a informação representa também proximidade, ampliando as possibilidades da palavra aprender.
Construir políticas que coloquem a tecnologia da informação a serviço da inclusão social é instrumentalizar a sociedade para o combate ao projeto neoliberal, que nada mais é do que a exclusão instituída e globalizada.
BIBLIOGRAFIA:
BRITO, Vladimir de Paula. Sociedade da Informação e Educação.
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